Em solenidade marcada por emoção, TRT-18 lança videodocumentário sobre as repercussões da pandemia na Justiça do Trabalho goiana

23 Abr 2024 | 0 comentario

As repercussões da pandemia de covid-19 na Justiça do Trabalho de Goiás agora estão registradas em um videodocumentário disponível para toda a sociedade. O material sobre esse período perturbador não só para o Tribunal, mas para toda a humanidade integra o acervo do Centro de Memória Juiz Paulo Fleury da Silva e Souza, localizado do TRT-18. A unidade foi a responsável pela produção do filme de 57 minutos de duração, que foi exibido nesta sexta-feira, 12/4, durante seu lançamento no Auditório dos Goyazes. 

Entre os presentes na solenidade de lançamento estavam familiares de magistrados, servidores e advogados que perderam suas vidas para o vírus causador da covid-19. Havia também na plateia do auditório pessoas que precisaram ser hospitalizadas, em razão do agravamento da covid, mas que sobreviveram ao letal coronavírus.

Preservar vidas

Após rememorar fatos marcantes da pandemia, o presidente do TRT-18, desembargador Geraldo Nascimento, citou as medidas tomadas pelo Tribunal para preservar vidas, entre elas o distanciamento social e o trabalho remoto, que se tornaram a solução para manter os serviços da Justiça do Trabalho em funcionamento. Ele mencionou também a adaptação da tecnologia como fundamental e necessária para não comprometer o rito processual em si nem a saúde de todos os operadores do direito. 

Por fim, Geraldo Nascimento parabenizou os desembargadores Paulo Pimenta e Daniel Viana Júnior, que presidiram o Tribunal com maestria durante os anos da pandemia. Para o atual presidente, os dois antecessores tomaram decisões acertadas para manter o Tribunal em funcionamento e, ao mesmo tempo, preservar a vida de magistrados, servidores, terceirizados, estagiários, advogados e partes. 

O desembargador Elvecio Moura, coordenador do Comitê de Documentação e Memória, ressaltou que o impacto da pandemia jamais será esquecido. “É por isso que não poderíamos deixar de registrar os desafios enfrentados e as decisões tomadas pelas administrações que atravessaram essa triste quadra vivenciada pela humanidade”. 

Elvecio expressou gratidão a todas as 25 pessoas entrevistadas para a realização do videodocumentário. “Obrigado a todos pelo comprometimento e contribuição valiosa para este projeto. Seus depoimentos foram fundamentais para a construção desse registro histórico ímpar”, agradeceu. Ele também parabenizou a servidora Ariony Castro, chefe da Seção de Gestão da Memória, pela ideia por ela proposta e que o desembargador abraçou. “Este vídeo tem nome e sobrenome: Ariony Castro”, frisou.

O desembargador disse que os esforços e contribuições daqueles que nos deixaram durante esse período jamais serão esquecidos neste Tribunal. “Esse videodocumentário é uma forma de o TRT-18 prestar-lhe justa homenagem. Que seus legados continuem a nos inspirar enquanto seguimos em frente”, enfatizou.

Homenagem a familiares das vítimas

A juíza Fabíola Martins, vice-coordenadora do Comitê de Documentação e Memória, ressaltou que o TRT-18 não pôde externar, no momento próprio, o pesar e o reconhecimento às pessoas que fizeram parte de sua história, pois todos estavam enfrentando um mal invisível. “Então hoje, por meio do videodocumentário e desta cerimônia, nós queremos externar todo o nosso reconhecimento, o nosso afeto à memória daqueles que se foram: advogados, servidores e juízes. Vocês estarão sempre na nossa memória!”, frisou.

Em seguida, ela chamou os familiares para subirem ao palco e receberem flores e uma cópia do livro “Quando o home vira office”. A obra traz relatos de servidores e magistrados sobre suas vivências no trabalho em casa durante o isolamento imposto pela pandemia.

Ex-presidentes

Ao falar das medidas drásticas que precisaram ser tomadas para enfrentar a pandemia no TRT-18, o desembargador Paulo Pimenta destacou no vídeo que, felizmente, não houve nenhum caso de óbito em que a pessoa tivesse sido infectada no Tribunal. 

Já o desembargador Daniel Viana Júnior lembrou a criação do Protocolo de Retomada dos serviços presenciais, do surgimento da variante ômicron, que forçou a adoção de novas medidas rigorosas de isolamento, e as destinações que a Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho fizeram em prol de entidades de saúde e filantrópicas que atuavam no enfrentamento da pandemia. Ele citou, por exemplo, a destinação de valores de multas provenientes de ações civis públicas para a construção de uma usina de oxigênio em Goiás.

Depoimentos

Frederico Hummel esteve na solenidade representando a família do desembargador classista aposentado Norton Hummel, que faleceu em decorrência de complicações da covid-19. Frederico e a esposa Flávia Hummel disseram se sentir agraciados com a homenagem e com o carinho do Tribunal em memória ao pai, que teve um importante papel na história do TRT-18.  

O juiz Celismar Coelho, que passou 23 dias internado, sendo 11 dias intubado na UTI, disse que da experiência com a covid ficou a gratidão pela vida, pela misericórdia divina e pelas pessoas que por ele intercederam. “Eu descobri que era muito mais amado do que eu merecia”, afirmou. Por outro lado, comentou que a sua responsabilidade aumentou. “Como se me dissessem que o serviço não está completo. Vai lá e faz o resto…”.

Sobre o videodocumentário, o magistrado disse que a narrativa, especialmente dos gestores, trouxe conhecimento que ele não tinha de como o tribunal se preocupou com os seus integrantes. “O documentário é riquíssimo e nos lembra de como pudemos enfrentar tantos desafios pessoalmente e no trabalho”, concluiu.

Maria Conceição de Castro, mãe da servidora Alessandra Morais, que faleceu em 2021, e a irmã dela, Geovana Morais, vieram para o lançamento do vídeo. Muito emocionadas, elas agradeceram por relembrar a casa onde Alessandra trabalhou e de que tanto gostava. “Foi bom sentir novamente o que a gente passou junto, rever os colegas dela e o TRT que ela amava demais”, disse Maria.

“A partir do momento que eu entrei aqui no TRT eu já senti a presença dela com a gente, foi uma emoção muito grande”, disse Geovana. Ela agradeceu a homenagem feita e parabenizou o tribunal pelo vídeo. “A gente percebe que graças a Deus muitas pessoas sobreviveram, mas algumas foram embora como a Alessandra, que era uma pessoa saudável, desportista e foi feliz na vida que levou”.

O videodocumentário será disponibilizado na página do Centro de Memória do TRT-18 e já pode ser assistido no Canal TRT Goiás no Youtube, clicando na imagem abaixo.

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